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Páginas Escritas

Mágica e indubitável força do pensamento

"Penso. Logo, existo."

Tantas vezes dita e repetida, esta frase do filósofo Descartes traz em tão poucas palavras um profundo e potente significado.


Mesmo sem fazer uma pesquisa (by Google) muito extensa é possível viajar nos entendimentos filosóficos por trás desta célebre afirmação.


É quase um princípio fundamental para explicar a relevância da razão sobre a emoção, para definir a importância da razão como base para a existência humana, para descrever como o auto-conhecimento pode traduzir a individualidade.


Como dizem outras afirmações paralelas do tipo "você é o que você pensa ser"; ou "cada cabeça uma sentença", nota-se que o pensamento tem força predominante, pois é o pensar que determina o que sentimos, onde podemos estar, como nos relacionamos, porque agimos, quando reagimos.


Por tudo isso e por todo modo, a força do pensamento nos conduz ao ponto de partida e nos leva de encontro ao que queremos. Equivale a dizer que o tempo todo saímos e voltamos, em movimento ou não, com um simples ato de pensar.


Sim, o pensamento:


Tão veloz que, num estalo e sem querer, nos põe a divagar, nos permite deixar que nossa mente flutue conforme o vento, pelo sabor da descoberta.


Mágico que, frações de tempo e flashes de memórias fazem com que possamos criar/recriar imagens, aromas e lugares, do que vimos ou não vimos, por meros instintos ou reações químicas, via impulsos elétricos e conjunções neurais. 


Sem margem de dúvida que, faz com que todos os sentidos sejam acionados de forma aleatória ou segmentada, alternando manifestações mentais e corporais em franca sintonia, a ponto de nos deixar imóveis num minuto e em seguida mover braços e pernas capazes de empurrar tratores, figurativamente.


Pensamento que, de mágico e indubitável, não passa de uma dádiva da  sapiência humana, afinal os outros seres vivos também existem, mas que não pensam, porque agem sob o chamado instinto animal.


Bom para nós, quando nos damos por conta que somos alguém, um ser pensante, cheio de poder para mudar de direção, de subir e descer, de ir e voltar, construir e desmontar, com inteligência real e imediata. E não apenas um amontoado de órgãos bem arrumados, usando em média um décimo da potência total, embora suficiente para conjugar o bem e o mal, discernir o que é bom do que não, o correto do errado, o irreal do  verdadeiro, o civil do criminal, graças a esta parcela indivisível e inseparável do mesmo ser, chamada de emoção.


Em tempos atuais, onde estampa-se a pseudo-realidade do ser humano em  vitrines de rede social, onde espanta-se com a capacidade das pessoas de se deslumbrar com coisas fúteis e de se fragilizar por motivos úteis, a frase do início do texto poderia ser reeditada ficando mais ou menos assim:


"Penso, sinto, durmo, sonho, acordo, grito, sorrio, sofro e sobrevivo, portanto, existo."

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