Certas verdades são inconvenientes.
Dentre as quais, permita-me dissertar:
- O que você vê, pensa e sente sobre as pessoas, nem sempre é uma certeza;
- O que as pessoas vêm, pensam e sentem sobre você, isso sim é uma certeza;
- O que você vê, pensa e sente sobre si mesmo, deveria ser uma certeza.
Certeza, nestes termos, com o puro significado de convicção, firmeza de caráter, compostura moral.
Está aí um páreo duro, sim, Eu sei! Por isso tudo, é um tema complicado de se opinar, definir, debater.
Mas não nos custa o exercício da autoafirmação, não nos gasta o benefício da reflexão. Ao contrário!
Tantas são as vezes, que é melhor ignorar, agir com indiferença, quando nos deparamos com tais verdades!
E outras, que é melhor enfrentar, rever nossos conceitos. Ou ainda, tentar contradizer, imprimindo razões e suprimindo emoções, no intuito de conhecer a melhor maneira de lidar quando essas verdades nos afetam.
Observe: quando algo - ou alguém - nos afronta, como reagimos?
Por instinto de defesa, ou damos de ombros (com indiferença); ou confrontamos (com falas, gritos, gestos fortes), ou aceitamos a posição (de forma branda ou brava, dependente ao temperamento).
Que adianta buscar igualdade no ser alheio em tudo, quando em nosso próprio ser reside a desigualdade!?
Eu, você e os outros, todo mundo, têm no corpo exterior muitas diferenças: dois pés, desiguais entre si; duas mãos, desmedidas entre si; dois olhos, díspares entre si.
Interiormente, razão e emoção convivem com vontades próprias, dentro de uma mesma cabeça; personalidades que conflitam dentro de um mesmo ego.
Deste modo, permanece aquela busca incessante por uma aceitação pessoal que acontece sem grandes êxitos.
Aceita-se, alivia-se, vive e convive-se!
Isto sendo verdade, da próxima vez que quiser o mundo só pra você, lembre-se de outra verdade inconveniente: o mundo já existia antes de você e seguirá existindo sem mim e sem você.
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